quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Finados


Hoje, 02/11/11, havia uma paz no ar. Nem sol demais. Nem ventos fortes. Um movimento intenso de carros saindo e chegando. Nos rostos um misto de saudade e tristeza. Outros não ligavam a ocasião ao local, pois passeavam displicentes. Entre o comércio de velas e flores, santinhos eram entregues convidando para o próximo culto ou avisando aos incautos que a morte não existe e que o dia do juízo está próximo.

Dia de Finados. Um dia para pensar sobre a brevidade da vida. Sobre separações. Sobre ausência. Sobre o sentimento de perda e sua dor.

Mas, o que mudaria no Dia de Finados se a cultura espírita estivesse popularizada?

Sabendo-se que a morte é uma mudança do plano mais denso para o mais sutil; que a morte não extingue as nossas relações pessoais; que o corpo de carne é vestimenta do espírito reencarnado; que após o falecimento dos órgãos, o corpo se decompõe e reintegra a natureza; que o sepulcro é o lugar simbólico onde prestamos homenagens postumas àqueles que partiram para o mundo espiritual; que mais vale uma prece sincera feita por um ente querido que velas acesas ou preces encomendadas a terceiros; que o espírito sopra onde quer e que a sorte futura depende da paz de consciência que cada um carrega em si.

Que aqueles que partiram pelas portas do desencarne continuam vivos e  podem se comunicar com os que ficaram no plano da matéria. Se não de uma forma  direta, podem se comunicar pelo campo da intuição, da sensibilidade e dos sonhos quando da emancipação da alma.

Que doce consolo traz a vida espírita. Saber que a morte não é fim. Que a vida continua. Que os verdadeiros laços de afeição transcendem a vida orgânica avançando na vida espírita, a vida do espírito imortal em sua viagem evolutiva.

Há os que reduzem a morte ao nada existencial, como se pudessem prová-lo. Existem mais evidências da sobrevivência do ser do que gostariam os niilistas. Para mim os fatos bastam. A vida continua sempre, tal é a Lei.

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